Um dos principais eventos da história brasileira foi a Independência
do Brasil. Realizada pelo príncipe regente D. Pedro I em 07 de setembro de
1822, o fato marcou o fim do domínio da coroa portuguesa sobre o território
colonial brasileiro.
Portugal iniciou o processo de colonização do Brasil em
1500 e por mais de trezentos anos explorou economicamente a região,
principalmente com o cultivo de cana-de-açúcar e a exploração de ouro e
diamantes. Baseada na força de trabalho de africanos escravizados, a exploração
colonial proporcionou a ampliação das fronteiras para além do Tratado de
Tordesilhas, criando ainda alguns aglomerados urbanos, principalmente em pontos
do litoral do Brasil.
Em 1808, a Família Real portuguesa fugiu de Portugal para
o Brasil, após a invasão das tropas de Napoleão Bonaparte. Esse episódio foi
extremamente importante para a Independência do Brasil, pois a presença dos
membros da Família Real, comandada por D. João VI, mudou o cenário social e
cultural do Rio de Janeiro, além de permitir a abertura econômica da colônia,
possibilitando uma troca de mercadorias, que foi responsável por enriquecer uma
camada de comerciantes que habitava o país.
Essas mudanças foram criando uma necessidade e um
sentimento de separação da metrópole portuguesa, pois os membros da classe que
dominava a colônia perceberam que poderiam se enriquecer ainda mais sem o
controle que Portugal exercia sobre o Brasil. Outras revoltas já tinham
ocorrido na metrópole com o mesmo interesse de separação, como a Inconfidência
Mineira de 1789 e a Conjuração Baiana de 1798.
Em 1815, os membros da Família Real elevaram o Brasil da
condição de colônia portuguesa à de Reino Unido de Portugal e Algarves. A
Família Real portuguesa permaneceu no Brasil até 1821, quando em Portugal
estourou uma rebelião na cidade do Porto, cujos efeitos se fizeram sentir no
Brasil, gerando uma forte oposição à coroa portuguesa. Com a volta de D. João
VI a Portugal, seu filho, Pedro de Alcântara de Bragança e Bourbon, permaneceu
como príncipe regente no Brasil.
Porém, os comerciantes portugueses que viviam em Portugal
queriam que o Brasil voltasse à condição de colônia para que fossem restaurados
seus privilégios econômicos. Essa intenção desagradava os habitantes
brasileiros que comercializavam nos portos.
Em 09 de janeiro de 1822, o então príncipe regente Pedro
negou-se a voltar a Portugal, afirmando que, em virtude da vontade do povo
brasileiro, ficaria no Brasil. Esse dia ficou conhecido como “Dia do Fico” e
aprofundou os conflitos entre Portugal e Brasil. Mas o interesse de Pedro não
era o de satisfazer todo o povo brasileiro, mas sim a classe que dominava
política e economicamente o país.
Esses conflitos intensificaram-se até o momento em que as
ações pela independência poderiam fugir do controle dos grupos que dominavam o
Brasil. Com o objetivo principal de manter a unidade territorial do país e
evitar divisões como as que ocorreram nas colônias espanholas, o príncipe
regente Pedro decidiu proclamar a Independência, em 07 de setembro de 1822. Com
essa medida, o Brasil tornou-se uma Monarquia independente de Portugal, e o
príncipe regente passou a ser o imperador D. Pedro I.
Como se encontrava em viagem, a declaração de
independência ocorreu às margens do rio Ipiranga, na província de São Paulo.
Existem muitos mitos em torno desse fato. Um deles era o de que D. Pedro I
queria melhorar a vida do povo brasileiro com a independência. Seu objetivo era
manter a união do território, agradando aos interesses dos grupos que dominavam
a colônia. Um indício disso é que não houve sequer menção à abolição da
escravidão, o que beneficiaria o principal grupo social que habitava o país, os
africanos escravizados.
D. Pedro I foi retratado como um herói nacional, seja em
pinturas ou nos livros de história durante muitos anos. Entretanto, o que
realmente houve foi uma mudança na forma de governar, sem alterar as pessoas
que comandavam o governo. Com a Independência do Brasil, os grupos dominantes
passaram a ter liberdade para ditar os rumos que o país deveria tomar.
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http://educarparacrescer.abril.com.br/1822/index.shtml